sábado, 21 de novembro de 2015

Uma declaração de amor à Umbanda - Homenagem aos 19 anos Exu Tiriri do Pai Fabiano d'Oxum

A Umbanda que pratico, é pura e simples, sem conceitos cósmicos e metafísicos, sem teorias helênicas, despida de vaidades e preconceitos.
A Umbanda que pratico , não aceita que para ajudar alguém ou dar evolução a um ser espiritual, precisemos sacrificar outro ser, pois entendo que a Umbanda é antes de tudo uma celebração à vida.
A Umbanda que pratico, acolhe a todos da mesma forma, seja qual for sua cor, orientação sexual, posição social e religião.
A Umbanda que pratico, não quer servos ou escravos, quer sim pessoas de boa vontade, pessoas que venham com o coração aberto, pessoas que entendam que não devem vir para a Umbanda pensando somente em melhorar a sua vida, mas sim pessoas que entendam que ajudando a melhorar um pouco que seja este mundo, vão com certeza receber sua parte nesta melhora.
Na Umbanda que pratico, as entidades, não nos tratam como empregados ou meros “cavalos”, eles nos tratam como companheiros de jornada, não nos fazem exigências absurdas e respeitam nossos limites e nosso livre arbítrio.
Na Umbanda que pratico, sabemos que a caridade é importante, mas não só a material, entendemos que a maior caridade que podemos fazer e sermos as melhores pessoas o possível, passando isto a quem nos procura.
A Umbanda que pratico, nos incentiva a estudar e aprender cada vez mais, pois entendo que não devem existir segredos em uma coisa tão bela como esta religião.
A Umbanda que pratico, é uma Umbanda que não assusta ninguém, não causa medo, ao contrario traz o prazer e a alegria para dentro do terreiro.
Na Umbanda que pratico, não há lugar para a soberba, os títulos e cargos são meras referências, sem aquela idéia de que quem os possui é melhor que os outros.
A Umbanda que pratico, não quer ninguém vivendo “DA RELIGIÃO” e nem “PARA A RELIGIÃO”, quer sim que vivamos “A RELIGIÃO” em toda sua plenitude.
Esta é a Umbanda que me foi ensinada!
Esta é a Umbanda que eu AMO!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

AS LAGRIMAS DE UM BABALORISÁ


AQUELE PAI ESTAVA TRISTE, ACORDARA COM O PEITO APERTADO, UMA ANGUSTIA SEM MOTIVO APARENTE.
PASSOU O DIA TODO PENSATIVO,FOI PARA O TERREIRO MAIS CEDO QUE O NORMAL. ENTROU, SALDOU SUA PORTA E ENCAMINHOU-SE PARA O INTERIOR DO TEMPLO, PAROU NA PORTA, OLHOU O PISO, AS PAREDES, O TETO, CADA DETALHE QUE NÃO SÃO PERCEBIDOS AO LONGO DAS FESTAS.
FOI CAMINHANDO ATE O QUARTO DE SANTO, PAROU E FICOU A OLHÁ-LO, CADA IGBÁ, CADA DETALHE, CADA LOUÇA ABANDONADA, QUANTO AMOR FORA COLOCADO ALI PARA QUE TUDO FOSSE REALIZADO, PARA QUE UM SONHO FOSSE CONCRETIZADO, QUANTA LUZ AQUELES IGBÁS JÁ HAVIA IRRADIADO, QUANTAS BENÇÃOS.
OLHOU A O IGBÁ DE OGUM, GRANDE GUERREIRO, QUANTAS LUTAS. OLHOU AS IYABÁS QUANTA SABEDORIA E HUMILDADE E ASSIM FOI PERCORRENDO TODAS OS IGBÁS DAQUELE SEU ALTAR ATÉ SE DETER NO PEJY DE OSALÁ, IMPONENTE, NO MAIS ALTO POSTO A TUDO VIGIA, MAS SEUS OLHOS JÁ NÃO PODIAM VER, POIS AS LAGRIMAS CORRIAM PELO SEU ROSTO.
AJOELHOU-SE PERANTE AQUELE ALTAR E CHOROU SUAS LAGRIMAS, UMA A UMA FORAM CAINDO, LAVANDO O CHÃO SAGRADO DAQUELE TEMPLO.
AS LAGRIMAS DAQUELE BABA PARECIAM FALAR. FALAVAM DA INCOMPREENSÃO DAS PESSOAS, DE QUANTOS JÁ HAVIAM PASSADO POR AQUELE TEMPLO E NUNCA MAIS VOLTARAM.
FALAVAM DOS RANCORES, DAS MAGOAS E DA INGRATIDÃO... FALAVAM DAS OPORTUNIDADES PERDIDAS.
FALAVAM DOS SEUS FILHOS QUE VIERAM ATÉ SUAS MÃOS QUE OS ACOLHEU E ACALENTOU ATE QUE ELES ESTIVESSEM PRONTOS PARA TRILHAREM NOVOS CAMINHOS.

FALAVAM DAQUELES QUE PARTIRAM PARA O PLANO ESPIRITUAL E DEIXARAM SAUDADES... E UMA A UMA AS SUAS LAGRIMAS FORAM CAINDO E CADA UMA DELAS LHE FALAVA AO CORAÇÃO, ATÉ QUE A ULTIMA LAGRIMA ROLOU PELO SEU ROSTO, SÓ QUE ESTA ERA CRISTALINA E PARECIA LHE DIZER:FILHO EU SOU O PRÓPRIO OSALÁ QUE VIVE EM VOCÊ, POSSO ROLAR PELO SEU ROSTO E IR AO CHÃO, MAS JAMAIS DEIXAREI DE ESTAR EM SEU CORAÇÃO, CONTINUE A AMPARAR MEUS FILHOS E EU O RECOMPENSAREI COM AS ASAS DA LIBERDADE.
AQUELE BABA LEVANTOU-SE LAVOU O ROSTO E REALIZOU A MELHOR FUNÇÃO E FESTA DE SUA VIDA ATÉ AQUELE DIA, ABENÇOOU TODOS OS SEUS FILHOS E COMPREENDEU SEU TRABALHO E SUA MISSÃO... DORMIU TRANQUILO,PORÉM NAQUELA NOITE SEU ORISÁ DE CABEÇA APARECEU PARA ELE E DISSE-LHE :
APRENDA QUE A MISSÃO DE CADA UM É ÚNICA E PESSOAL,ENTENDA QUE O QUE VOCÊ ENCARA COM INGRATIDÃO TAMBÉM LHE SIRVA DE LIÇÃO PARA NÃO COMETER OS ERROS DA VAIDADE E EGOS INFLADOS QUE POR MUITAS VEZES AFASTARAM AS PESSOAS DE VOCÊ,APRENDA QUE APESAR DA DIVISÃO DE SACERDÓCIO E SEGUIDOR TODOS VOCÊS SÃO SERES ESPIRITUALIZADOS MAS QUE CARREGAM UM MESMO DESTINO INDEPENDENTE DA COLOCAÇÃO IMPOSTA,MAIS AO FINAL DE TUDO SAIBA:


O QUE CONTA NÃO É O QUE VOCÊ FEZ,NÃO SÃO OS APLAUSOS,AS COMENDAS OU O RECONHECIMENTO DAS PESSOAS E SIM O QUE CARREGA DENTRO DE SI EM VALORES MORAIS E ÉTICOS,POIS UM DIA VOCÊ PRESTARÁ CONTAS DE SEU INTERIOR AQUELE QUE TE DEU O SOPRO DA VIDA E TE "EMPRESTOU" O DOM DO SACERDÓCIO.'

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Saída de um médium do C.E.U. …

Sair de um terreiro requer responsabilidade, cuidado, conversa, sabedoria e respeito.

Quem já não viu, sentiu ou presenciou a vida virar de cabeça para baixo ao sair de um terreiro?
Dá uma sensação de caminhos fechados, de reviravolta, acontecendo tantas coisas estranhas que o primeiro e mais persistente pensamento é: “foi só sair do Terreiro que minha vida andou para trás”. Consequentemente vem o pensamento negativo sobre a Umbanda relacionando-a a dor, sofrimento e escravidão. Automaticamente o terreiro que frequentava se torna de baixo nível, os pais da casa se tornam pessoas do mal, demandadoras e vingativas, e todos os benefícios recebidos, todos os trabalhos espirituais, toda a ajuda, sustentação e ações realizadas por meses, anos ou décadas se tornam sem importância e irrelevantes.
Pois é, eu mesma já vivi essa situação e sei bem o que é esse momento na vida de um médium, no entanto, acredito que poucos sabem e, com certeza, pouquíssimos vivenciam o outro lado dessa história. Falo do lado da mãe ou pai espiritual que, por seus anos de caminhada, por sua preparação e ‘fundamento’ específico, conhece um pouco mais sobre a ação do baixo astral e do Plano Astral Superior – fato este que, supostamente, favorece a maior habilidade do pai espiritual em ser o intermediário entre as Forças Divinas, assim como na sua maior capacidade no Saber e na sua maior competência no Agir – enquanto os médiuns, supostamente, ainda vêem somente o seu em volta, esquecendo ou não sabendo ver além, ver outras possibilidades ou outras situações, o que caracteriza o limitado campo de visão e de compreensão que muitos médiuns possuem quando o assunto é espiritualidade.
Portanto, como hoje estou do lado minoritário e com uma capacidade diferente de percepção, quero falar, de forma simples, um pouco do que acontece quando um médium sai de um Terreiro. Consciente de que minha visão ainda é muito limitada, de que é impossível falar em regras quando o assunto é “espiritualidade x homem” e de que ainda tenho muito que aprender, gostaria apenas – sem nenhuma pretensão de julgar ou caracterizar as atitudes ou as pessoas – estimular o “pensar do outro lado”. Quem sabe assim teremos médiuns mais tranquilos, mais cuidadosos, responsáveis e falando menos mal da Umbanda.
E para começar a pensar com clareza no que acontece quando um médium sai de um terreiro precisamos saber como ele saiu e como estava envolvido com esse templo religioso. Vejam alguns exemplos: temos os médiuns que saem em pé de guerra; os que saem pela impossibilidade de disponibilizarem mais tempo; os que saem por motivo de doença; os que saem por melhorarem no campo profissional dificultando a permanência no terreiro; os que saem por novos estudos, que acontecem nos mesmos horários das atividades do terreiro e tem ainda os que simplesmente somem, entre alguns outros motivos.
Aqueles que saem em ‘pé de guerra’ são os que mais sofrem ao saírem do terreiro e o mais comum é pensarem que o Terreiro que frequentavam e, portanto, seu ex-pai de santo está demandando contra eles. A associação da ‘vida virar’ com o pai de santo que, (supostamente) está com raiva do médium que saiu por não aceitar as regras, por não aceitar a forma de conduzir e agir do pai de santo, é quase que unânime. No entanto, esquece-se da Lei da Afinidade, da Lei da Ação e Reação, do livre-arbítrio e da responsabilidade que o próprio médium tem, sendo mais fácil se colocar, muitas vezes, em posição de vítima esquecendo-se de suas ações, obrigações, merecimentos e falhas. Nesse momento perdem-se grandes oportunidades como a de fazer o bem seja lá a quem, do crescimento individual e em grupo que um terreiro proporciona, da simplicidade com que a vida e a Umbanda devem ser vividas. Esquece-se inclusive do Baixo Astral e de como ‘ele’ pensa longe, como ‘ele’ vê e se preocupa com o futuro, como ‘ele’ é forte e determinado em suas ações mesmo quando age de forma sutil, como muitas vezes faz.
Entendo que nesse caso a maior brecha é a falta de confiança entre médium e pai espiritual que acontece, entre tantas coisas, pela falta de comunicação entre eles. É o pai que não responde, não explica, não pergunta, não fala com seu filho espiritual; é o filho que não fala com seu pai de santo, que procura outros para compartilhar seus problemas, para lhe explicar o que pode estar acontecendo, para falar sobre suas sensações, sentimentos e necessidades, é a fofoca, a crítica, o julgamento, o egocentrismo, é a guerra do poder, do comando, do saber, e logo percebe-se índios querendo ser caciques e caciques esquecendo-se dos índios que compõem sua tribo. Nesses casos, médiuns e pais sofrem, terreiros enfraquecem e as dores aumentam significadamente.
Mesmo porque é comum, nesses casos, a saída acontecer em grupo e os médiuns unidos (talvez pela força do baixo astral) sentem-se fortes, livres, autodidatas, autossuficientes, até passar as primeiras semanas, depois percebem as dificuldades, a tristeza por se sentirem sozinhos, por não estarem trabalhando a mediunidade e começam, quase sempre com o mesmo grupo, a fazer reuniões para apenas estudarem. Com o tempo começa uma necessidade aqui, outra ali e quando se dão por conta estão incorporando, fazendo descarrego, atendimentos e tudo isso sem nenhum assentamento, sem nenhum comando, sem nenhuma obrigação religiosa cumprida e sem nenhuma firmeza de coroa. E salve a mistificação, salve o oba-oba, salve o baixo astral…
Aqui, do meu lado, fico pensando como alguém que não sabe obedecer, compreender, ajudar e aceitar pode querer mandar, pode querer que o compreendam, que o ajudem e que o aceitem? Fico pensando quem está demandando contra quem? Será mesmo que é demanda do pai de santo, da Umbanda … ou será o próprio médium manifestando de forma potencializada o que sempre foi?
Claro que esse tipo de saída, no qual o médium está sob uma ação negativa, não é uma regra, existem também  casos em que o próprio pai de santo e, consequentemente,  todo seu trabalho realizado dentro do terreiro está sob ação do baixo astral e não tem nada de religioso, dessa forma a saída do médium é por falta de afinidade mesmo, caracterizando o bom uso de seu livre arbítrio, e pela sua  falta de interesse em conquistas fáceis e milagrosas. Nesses casos a ação do astral superior é mais forte dentro do íntimo do médium, afinal teve maior capacidade de não cair na emboscada em que, vale ressaltar, de alguma forma, mesmo que por um pequeno período, ele mesmo se meteu e se sentiu atraído.
Quanto àqueles que saem pela impossibilidade de disponibilizarem mais tempo, percebo que vivem grandes conflitos com seus desejos e necessidades e que, infelizmente, acabam sempre colocando os desejos acima das necessidades, ou seja, é aquele médium que vive em um sofrimento contínuo, e que ele mesmo produz, pela sua própria incapacidade de realizar aquilo que deseja e que precisa.
Muitas vezes o médium não percebe esse conflito e suas reações, assim como não percebe que perdeu o sentido do valor espiritual e ‘escolhe’ aquilo que provocará uma realização social, que muitas vezes é tão momentânea que no dia seguinte já se deseja outra coisa, e outra, e outra, e…  São pessoas que têm dificuldade de lidar com o tempo e de identificar e compreender o sentido do “Valor” em suas vidas, pessoas que se perdem no tempo e vagam mundo afora em contínuo conflito em busca de mais tempo e de novos valores.
Já aqueles que saem por motivo de doença, por melhora no campo profissional dificultando a permanência no terreiro ou por novos estudos que acontecem nos mesmos horários das atividades do terreiro são aqueles que, na maioria das vezes, estão sendo atacados fortemente e sutilmente pelo baixo astral.
Sei que relacionar sucesso profissional ou oportunidade de estudo com baixo astral parece ilógico, no entanto vale a pena pensar com calma no que esse “sucesso” pode proporcionar e, nesse caso, é fato que o que será proporcionado é o afastamento do médium, portanto: “ponto para o baixo astral”.
Tem ainda os que simplesmente somem e esses, na maioria das vezes, são aqueles que sofrem por suas próprias fraquezas, por suas sensações de solidão, pela falta de coragem e por se sentirem perdidos no tempo, na vida e nas suas próprias necessidades, são sempre levados com o vento, com o tempo e com a esperança de novas oportunidades.
Fabuloso, impressionante e assustador não é mesmo?
E vale a pena ainda entender que quando estamos trabalhando em um terreiro de Umbanda estamos lutando contra a ação do baixo astral, contra os seres das trevas, contra seres que além de pertencerem às nossas afinidades naturais, aos nossos carmas e aos nossos merecimentos, têm a intenção de destruir centros religiosos com o  único propósito de não aumentar o sentido do “Bem”. São seres poderosíssimos com ações fulminantes e, na maioria das vezes, proporcionam o afastamento dos médiuns e o enfraquecimento da corrente com um simples estalar de dedos.
Importante ainda esclarecer que enquanto o médium pertence à corrente mediúnica do terreiro ele está sob a guarda do Guia Chefe do terreiro, sob proteção da força da esquerda assentada na tronqueira, sob firmeza dos Orixás e fortalecido pela própria corrente mediúnica que, quando bem firmada, torna-se uma verdadeira cúpula, resistente aos ataques do baixo astral.
No entanto, quando o médium sai do terreiro essas proteções se dissipam e ele agora tem que caminhar com suas próprias pernas. Dessa forma, aqueles espíritos inferiores que antes eram combatidos pelo médium em questão vêem-no agora sem proteção e agem de forma brutal e avassaladora na sua vida mediúnica, profissional e emocional, causando a famosa ‘virada de vida’.
Entendam que o médium perde aquela proteção, mas não a ação do baixo astral que agora não tem mais nada que o impeça. Portanto, sair de um terreiro requer responsabilidade, cuidado, conversa, sabedoria e respeito. É preciso saber sair em harmonia, pedindo a benção, a proteção, ensinamento sobre firmezas e sendo muito grato por todas as oportunidades, exercendo a humildade – qualidade imprescindível a qualquer médium umbandista.
Acredito que assim o médium sai em uma vibração melhor, permanecendo ainda com a proteção do Terreiro, da Umbanda e com todo amparo do astral superior. Portanto, não é uma ação que depende do pai de santo, como muitos pensam. Percebam e saibam que muitas vezes o pai de santo está de joelhos pedindo proteção a esse filho que agora está a caminhar sozinho enquanto o médium está ‘deduzindo demandas’.
Tenham certeza, os Pais respeitam o livre-arbítrio e nos dá sempre maravilhosas oportunidades de evolução.  E só cabe a nós vivenciá-las com gratidão e amor no coração.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Historia de Preto Velho, Pai Joaquim D'Angola

Falar de Pai Joaquim D'Angola não é tarefa fácil.

É maravilhoso poder esta na presença desta entidade. Sempre que arria, mesmo que para trabalhos rápidos, sempre deixa grandes lições.

Sempre fala com carinho aos consulentes e a outros médiuns, mesmo quando está irritado com suas ações, procedimentos ou quando há algo errado no terreiro. 

Quando incorpora, sempre traz uma sensação de alívio muito aconchegante. Sua primeira preocupação é limpar o médium com quem vai trabalhar, mantê-lo equilibrado energeticamente para que este não carregue nada ruim enquanto trabalha. 

Sua maneira de trabalho é muito peculiar. Trabalha nas duas bandas e pode virar o trabalho para esquerda sem que qualquer pessoa no terreiro consiga perceber facilmente. Sempre se apresenta com um ótimo senso de humor e procura sempre deixar suas lições de maneira simples e objetiva, para que não fiquem dúvidas com relação ao assunto.

É exímio conhecedor das propriedades medicinais das plantas. Sua especialidade é trabalhar com a saúde. 

Pai Joaquim, como muitos Pretos-Velhos, foi trazido ao Brasil na época da escravidão. Era um simples morador de uma aldeia na Angola, hoje chamada de Lobito, quando houve a invasão portuguesa. Os portugueses escravizaram diversos negros que apresentavam um bom estado de saúde para que servissem de escravos do outro lado do Atlântico. Pai Joaquim foi arrancado do seio de sua família, tinha esposa e filhos nesta época.

Um de seus filhos gerou um filho com o nome de Tomáz, seu neto, hoje uma entidade conhecida na Umbanda que apresenta-se com o nome de Pai Tomáz.

Quando Pai Joaquim chegou ao Brasil trabalhou pelo resto da vida em uma fazenda de cana e café na região de Minas Gerais.

Durante sua vida na fazenda, começou a ser chamado de Pai Joaquim pois era o curandeiro da tribo que se formou. Sempre tinha uma maneira de aliviar o sofrimento físico de seus irmãos através do uso de plantas, desenvolvendo chás, ungüentos e emplastros. Era muito hábil em animar seus irmãos com mensagens de carinho e esperança. Sempre tinha uma boa lição para ensinar. 

Seus feitos milagrosos com seus irmãos chamaram a atenção dos senhores das fazendas que começaram a levar seus entes para serem tratados por Pai Joaquim. Ele amorosamente os tratava da melhor maneira possível. A notícia de seus feitos estava se disseminando entre as comunidades mais próximas, o que o denotou como curandeiro e, para algumas pessoas da época, simplesmente bruxo, conhecedor das magias dos negros e, nesta época, totalmente condenável pela igreja católica. 

Certo dia, uma criança, filha de um dos senhores, foi levada até Pai Joaquim para que fosse tratada de sua enfermidade. Ela apresentava sérios problemas de saúde. No início do tratamento, Pai Joaquim já sabia que ela lhe foi levada tarde demais e que seria quase impossível devolver-lhe a saúde tão esperada. 

O senhor, pai da criança, disse que se Pai Joaquim não a curasse de tal enfermidade, ele mesmo trataria de ordenar sua morte e que esta se daria com muito sofrimento. 

Pai Joaquim, com todo seu conhecimento não pôde restaurar-lhe a saúde e a criança acabou desencarnando. 

Após a dor da perda, o senhor imediatamente ordenou que o velho Joaquim fosse açoitado até a morte, para que dessa maneira todos os outros aprendessem com quem estavam lidando e que não lhe adiantavam quaisquer outros meios de cura se não fosse pela tradicional. Os senhores das fazendas não tolerariam mais os atos de curandeiros, nem negros que detivessem o poder de manipular as magias que só eles conheciam. 

Pai Joaquim foi açoitado por um dia inteiro, sem direito à qualquer alimento ou sequer um pouco de água. 

Durante sua sessão de tortura, ele chorava e pedia a Deus que lhe levasse, pois a sua dor era insuportável. Não só a dor da carne, mas também a dor de seus sentimentos, donde tanto fez para trazer a paz, alegria e saúde aos que agora açoitavam-lhe sem piedade. 

Quanto mais o tempo passava, mais Pai Joaquim odiava tudo o que tinha feito pelo próximo, e o pior, começava a odiar a Deus pelas suas Leis e pelo que lhe tinha reservado à vida. 

"Como podia um Deus tão bom e tão justo deixar que façam isso comigo? Eu que sempre zelei pelas suas leis e pelos seus ensinamentos? Eu que fui escravizado e o resto de minha vida fui condenado a trabalhar como um animal de carga? Deixaste-me, ó meu Deus, que me tratassem como um animal, quando o que mais queria era tratar meus semelhantes da forma mais humana, transmitindo-lhes o amor que o Senhor tanto tenta nos ensinar!!! Eu que era só amor agora me transformo em ódio, por tudo que fiz e que mereço agora são chibatadas neste corpo frágil e cansado do trabalho e do tempo!!! Onde estás meu Deus que não me protege nesta hora de minha maior agonia???" 

Pai Joaquim deixou o plano terreno ao entardecer, quando a luz do sol já não lhe aquecia mais o corpo. 

Viu-se envolto por uma névoa branca. Assustador o que sentia pois ainda levava consigo a dor dos chicotes, a saudade de seus irmãos... o amor pelos seus... 

Só e perdido, começou a orar mais uma vez. Percebeu que ninguém lhe chegava, nenhuma alma vinha lhe prestar socorro ou ao menos lhe dizer o que fazer ou para onde ir. 

Após um bom tempo de espera angustiosa, irritado com tal situação, começou a esbravejar: 

"E agora??? Onde está esse tal Deus que vocês sempre me ensinaram que existe??? Que Deus é esse que simplesmente me deixou quando mais precisei Dele??? Que Deus é esse que ao invés de me ensinar o amor me ensinou a dor??? Que Deus é esse???" 

Enquanto esbravejava, notou que não tocava seus pés no chão. Parou de falar por alguns instantes. Olhou para trás e viu que quem o segurava em seus braços era Jesus Cristo, que caminhava em direção ao Pai. 

Jesus disse-lhe: "- Tenha calma, meu velho, meu amigo, meu irmão, que sua dor já passou. E pra onde nós estamos indo nunca mais sentirás dor, nunca mais sentirás saudades, nunca mais sentirás solidão e terás a todos que ama ao vosso lado!" 

A criança cuja enfermidade não foi possível curar hoje acompanha esse querido Preto-Velho em todos os trabalhos em que participa. Ela somente incorpora em médiuns que apresentam grande afinidade vibratória com Pai Joaquim e que estejam muito equilibrados durante o trabalho. Sua incorporação só é necessária quando determinada pelo Pai Joaquim. 

O porque do nome de Pai Joaquim D'Angola e o seu chapéu de palha 

Pai Joaquim (ou Iquemí) foi um forte guerreiro, filho prometido de uma família real africana, oriunda de Angola, África, para reinar junto ao seu povo. 

Iquemí era príncipe majestoso, amava sua liberdade, seus amores, um legítimo filho de Xangô. 

Mas entre guerra de brigar pelo poder, Iquemí foi aprisionado por uma tribo inimiga que o entregaram aos mercadores brancos. 

Iquemí, o grande guerreiro, príncipe de sua tribo, estava em desespero. Preso como um animal, veio no porão de um navio aos gritos de desespero dos seus inimigos de cor. 

O mercador de escravos, dono do navio onde vinha Iquemí, soube do destaque de ter um príncipe entre os outros escravos, observou o seu porte, sua beleza, seus dentes perfeitos e seu corpo musculoso, mas viu nos seus olhos que não se submeteria aos maus tratos em se tornar um escravo. 

O mercador de escravos chama-se Manoel Joaquim, nascido em Lisboa, descidiu então ficar com Iquemí na sua fazenda nas terras da Bahia. 

Assim Iquemí chegou à Bahia e foi para a fazenda do mercador. 

Mas Iquemí não aceitava ser escravo, o mercador se afeiçoou a Iquemí devido a sua valentia, sua força e destaque entre os negros, mal sabia que sobre a luz do espiritismo ambos eram almas afins unidos pelo destino. 

Iquemí foi conquistando a amizade do senhor Manoel Joaquim, que só teve um filho que morreu cedo com a peste, gostava de Iquemí como de um filho e um dia lhe disse: 

"- Negro, tu não tens um nome, um nome verdadeiro, um nome onde vais ser conhecido, vou pensar como te chamar." 

O mercador adoeceu seriamente, antes de morrer batiza Iquemí de Manoel Joaquim de Luanda, um pedido de Iquemí. 

Sua fama correu por terras, envelhecendo se tornou pai de todos, Pai Manoel Joaquim de Luanda ou Pai Joaquim D'Angola. 

Seu papel na escravidão foi importantíssimo. 

Promovia a paz entre seus irmãos de cor. Bondoso, um verdadeiro cristão, Pai Joaquim recebeu sei primeiro chapéu de palha dado por um bispo da igreja local quando sua cabeça já era toda branquinha. 

Sofreu muito no cativeiro, mas jamais esqueceu sua grande e velha mão África. 

Ao senhor, meu pai e querido amigo com quem tenho o grande prazer de trabalhar, ouvir e aprender muito com ele  saravá Pai Joaquim !

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Por que você está na Umbanda?



"Estou na Umbanda porque estou doente" - Saia da Umbanda irmão! 
A Umbanda não vende curas, procure um hospital.

"Estou na Umbanda porque é minha missão" - Saia da Umbanda irmão! 
A Umbanda assim como a espiritualidade respeita o livre arbítrio, 
não se sinta obrigado a nada.

"Estou na Umbanda porque estou desempregado" - Saia da Umbanda irmão!
 A Umbanda não vende promessas de prosperidade, 
pois o ganho material nada soma à espiritualidade,
 procure uma agência de empregos.

"Estou na Umbanda porque minhas entidades fecharam meus caminhos"
 - Saia da Umbanda irmão!
Entidade de Umbanda que trabalha na luz não fecha o caminho de ninguém, 
muito menos de seu aparelho de ação, aceite suas imperfeições!

"Estou na Umbanda porque tenho mediunidade forte" - 

Saia da Umbanda irmão!
 A Umbanda não é competição do mais forte ou fraco, 
mediunidade não tem medida, 
o que te motiva é a simples vaidade e cegueira por poder. 
Procure um circo!

"Estou na Umbanda porque tenho karma" - Saia da Umbanda irmão! 
A Umbanda não lhe dará quitação kármica, 
quem faz isso são suas ações fora da Umbanda. 
Procure um voluntariado, orfanato, asilo,
 enfim, uma forma de ajudar que terá mais êxito.

"Estou na Umbanda porque pessoas precisam de minha ajuda"
 - Saia da Umbanda irmão! Você é apenas mais um médium,
 você não tem poderes mágicos,
 na Umbanda só existem tarefeiros e trabalhadores. 
Você está motivado pelo deslumbramento não pela caridade.

"Estou na Umbanda porque quero prestar a caridade" - Saia da Umbanda. 
Quem presta a caridade não é você e sim os seus guias 
através da sua mediunidade. 
Você é um INSTRUMENTO DA CARIDADE DIVINA.

"Estou na Umbanda em busca de autoconhecimento,
 de entendimento da minha missão na TERRA enquanto encarnado 
e usar minha mediunidade em prol do meu progresso e dos que necessitam"
- Fique na Umbanda. 
A mediunidade é uma bênção a quem a recebe e a quem se beneficia dela.



Fonte : C.E.U Ogum da Lua e Fraternidade Mamãe Oxum

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pedidos pra Ogum

Eu pedi a Ogum, para retirar os meus vícios. 


 Ogum disse: Não!
Eles não são para eu tirar, mas para você desistir deles.
Eu pedi a Ogum , para fazer meu 
filho aleijado se tornar completo.
Ogum disse: Não!
Seu espírito é completo, seu corpo é apenas temporário
Eu pedi a Ogum para me dar paciência.
Ogum disse, Não!

Paciência é um subproduto das tribulações;
Ela não é dada, é aprendida.
Eu pedi a Ogum para me dar felicidade.
Ogum disse: Não!
Eu dou bênçãos; Felicidade depende de você.
Eu pedi a Ogum para me livrar da dor.
Ogum disse: Não!
Sofrer te leva para longe do mundo e te traz para perto de mim.
Eu pedi a Ogum para fazer meu espírito crescer.
Ogum disse: Não! 
Você deve crescer em si próprio! Mas eu te podarei para que dês frutos.
Eu pedi a Ogum todas as coisas que me fariam apreciar a vida.
Ogum disse: Não!
Eu te darei a vida, para que você aprecie todas as coisas. 

Eu pedi a Ogum para me ajudar a AMAR os outros, como Ele me ama.
Ogum disse: . Ahhhh, finalmente você entendeu a idéia.. Muita Luz! 

Oração à Ogum 7 Espadas - Parabéns Por Seu Aniversario meu Pai Ogum

As sete espadas saíram da mata
Era Ogum! gritou o caçador
As sete espadas saíram do mar
Era Ogum! gritou o pescador
As sete espadas saíram da terra
Era Ogum! gritou o guerreiro
As sete espadas rasgaram o céu
Era Ogum! gritou Oxala
Eu andei por ruas desertas
e um manto verde me escondeu dos perigos
Eu andei por estradas longas
e um manto vermelho me cobriu dos inimigos
Eu andei por terras, asfaltos e mares
e um manto prateado afastou de mim o medo
Meu pai e poderoso Ogum!
Senhor das sete espadas
Senhor dos sete anéis sagrados
Deito a teus pés no dia de hoje, e sempre
para em louvor agradecer a tua proteção!
Ogunhê!

Parabéns Meu pai por seu aniversario obrigado por mais um ano com seu Axé, sua luz, sua proteção.

Ogunhê!