quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade


Um excelente 2011, com muita saúde, paz, harmonia, amor, sucesso...
Que a Grande Mãe Oxum possa nos abençoar com um axé de doçura, fartura e o q é importante, amigos de verdade!
Muito Axé!!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Oração a Mamãe Oxum

Derrama a tua pureza cristalina, orixá das águas doces.
Não permitas que neblina alguma
obscureça meu desejo mais profundo,
Que é conseguir amor mais verdadeiro,
seguro, eterno e duradouro.
Estás presente nas cachoeiras, que são sagradas por si só.
Fazei com que se apague todo sentimento se eu sofrer.
Não verterei nenhuma lágrima por aqueles
que não me correspondem no amor.
És doce, protetora, suave e vaidosa, feminina e sedutora.
Ó mãe Oxum! Dai-me o teu axé,
dai-me a tua força, como o néctar mais sublime,
para eu saber como respeitar e venerar.
Muito axé dessa rica e linda mãe!


(Foto da Obrigação Pra mãe Iemanja 2008, Carregando o Barco Mãe Iemanja, e Mamãe Oxum)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ORA YEYEÔÔ!!

Na Caichoeira
Mamãe Oxum tem o Seu altar...
Na Caichoeira
Todos caboclos vao rezar...
Na Caichoeria 
As Aguas rolam sem parar...
Tirando o limo la das pedras...
Deixando elas a brilhar...

Oração a Oxum

Salve Mamãe Oxum,mãe dourada senhora da pele de ouro! Benditas são suas águas ,e essas mesmas águas lavam meu ser e me livram do mal. Oxum,Divida Rainha ,venha a mim caminhando na Lua Cheia .Traga mãe,em suas mãos ,os lírios do amor e da paz.Torna-me doce,suave,como és.Mamãe Oxum,me proteja,Faça que o amor seja constante em minha vida Que eu possa amar a tudo o que existe.Me proteja contra as mandigas e feitiçarias. Pois a Senhora,rainha amada ,e muito mais poderosa,e sei que estarei sempre protegida com a Senhora,nada irá me atingir,NADA,terá força contra minha pessoa ,pois em minha vida terei a proteção de OXUM.Dai a mim o néctar da sua douçura minha bela Mãe e que eu consiga conquistar definitivamente o AMOR  para que nos possamos ter muita prosperidade,que o amor floresça e cresça cada vez mais dentro do coração de cada filho seu .E quero pedir que a senhora abençoe a todos , que a senhora afaste qualquer pessoa que nos queira mal e atrapalhe a nossa prosperidade. Mãe do ouro traga-me o ouro que me foi tirado,coloca ele novamente nas minhas mãos.Tirai as pessoas maldosas,invejosas,feiticeiras do meu caminhos,protejei tambem o meu amor. Mãe do ouro,traga-me muito ouro pro meu trabalho,MAMÃE da beleza q me iradie com sua beleza. MAMÃE do amor protegeis o amor de teus filhos. Senhora do mas puro Axé,valei-me hoje e sempre. Aiê iê ô O!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Será Demanda ?!?!

Ao longo destes mais de 100 anos de fundação da Umbanda, nos deparamos com situações constrangedoras dentro do próprio movimento umbandista partindo de ditos "dirigentes de terreiro" onde a falsidade e acusação insana dominam mentes desprevenidas.Com o desejo de fomentar ideias daninhas, oriundas de mentes ainda despreparadas não somente espiritualmente para o mediunato de Umbanda, mas moralmente no que tange o julgamento antecipado e mentiroso de um semelhante nos deparamos diariamente com os "adivinhos" da espiritualidade. Movidos por interesses diversos sejam eles de ordem material, sentimental ou mesmo o senso de falta de noção de responsabilidade com o sagrado, usam e abusam do nome dos Sagrados Orixas e guias de lei, Búzios sem nenhum fundamento de jogada ou ainda o dom da clarividência ou vidência sem a menor noção de responsabilidade para envenenarem a manipularem mentes desprevenidas.
É fácil para um ato de tamanha covardia se utilizar de um dom dito DIVINO, onde o compromisso é com a caridade para denegrirem a imagem de "fulano ou Beltrano" alegando que "FOI FEITO UMA DEMANDA".
Tal acusação por parte de ditos "dirigentes de terreiro" foge da lei do bom senso e da responsabilidade, pois não medem os prejuízos morais e até físicos que tal ato que classificamos aqui como "mentira" pode causar na vida de quem acusam indevidamente.
O que mais nos assombra é que tais ditos "dirigentes de terreiro" dizem abrir suas casas para a caridade. Será?
Já é hora de refletirmos sobre o que estamos fazendo da Umbanda e principalmente com a Mediunidade, aja visto que MÉDIUM é aquele que INTERMÉDIA DOIS PLANOS.
Se determinado individuo usa de mentiras para atingir um objetivo doentio, então o leigo pode entender que o REINO DE OXALA, ARUANDA ou como desejarem chamar o plano em que se projetam as energias divinas denominadas ORIXAS é composto também desta mentira.
Irmãos nos encontramos em um momento de nossa existência onde a transformação do espírito se faz essencial em nossas vidas, pois a mesma projetará o futuro que desejamos para o todo e não somente para o UNO.
Conduzir um dom Divino com tamanha irresponsabilidade, agredindo um dito "IRMÃO ou IRMÃ DE FÉ" para atender a um interesse pessoal é ato de atraso moral e desrespeito com o sagrado, é desrespeito com a LEI DE UMBANDA.
Mediunidade não é brincadeira que atende a "caprichos pessoais", mediunidade é coisa séria, muito séria!!!
Devemos lembrar que a critica e a mentira são o reflexo de nosso espelho da alma, que infalivelmente sempre mostra o que cada um carrega dentro de seu coração, ou seja, dentro de si mesmo.
Devemos também lembrar que tudo o que vibramos, seja bom ou ruim, age primeiro em nós de dentro para fora.

Mais de 100 anos de Umbanda, ainda falta muito para conquistarmos o respeito dentro de nossa religião, por que devemos aprender a praticar este respeito com nosso irmão ou irmã de fé!

Mas ainda, devemos aprender a respeitas um dom tão divino que infelizmente é tratado a custa de "mentira e ilusão" por gente que se diz " do santo".

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MENSAGEM DO EXU TIRIRI DAS ALMAS

Fui em uma outra Encarnação um médico cirurgião,que dedicou as cirurgias
das centenárias doença do coração,fui famoso na França,e desencarnei em
1905.Após meu desenarne,ganhei um prêmio de meus mentores Espirituais ,o
de Aliviar as Almas,que desencarnavam de doenças do coração e dediquei-me ao
fundo a este trabalho numa Colônia chamada Cordeiro de Deus.Caminhei no
Espaço por diversas moradas la existentes ,e diante do que passei,conheci
uma de nome CELEIRO DE DAMASCO e lá conheci o Tranca Ruas das Almas,que me
ofereceu a maior dádiva que um Espírito como Eu ,poderia receber,ou seja
Comandar um exercito de Almas da Espiritualidade Menor.Pois ali existiam
aqueles que necessitam de uma palavra de Sabedoria e energia concedida a
esses Espíritos,as dei,para que,se colocassem em posição de resgatarem seus
erros do passado,servindo a nobre causa idealizada pelo Mestre Jesus ,a de
criar a Umbanda.A través de um Caboclo de nome 7 Encruzilhadas E fomos então convocados a servir de escudo a essa nova Religião surgida nos Céus do
Brasil .A minha função no Reino dos Exus ,é a de oferecer
conhecimentos,aqueles que ainda não se inteiraram da morte da ´MATÉRIA e
que deixam levar por sonhos e erros conhecidos das mentes,entregues ao
materialismo grosseiro.Sou mensageiro do Orixá Omulu,faço o papel de
doutrinador das Almas,as mais aflitas do Espaço.Meu nome cabalistico é
FLERUTY.
A minha apresentação aos homens,é de um Homem Normal.que usa uma capa
de cor preta e fundo brana ,pois o preto é a morte das energias do Universo,é onde habitam as
Almas em desiquilibrio e trevas.Uso uma bengala nas mãos de cor vermelha e
preta, que uso é ,minha guia é de cor
rajada de branco,vermelha e preta.Oferendas nas encruzilhadas de
calunga e nas estradas onde são geralmente entregue ao Tranca Ruas.Minha
bebida Elixir dos Deuses,ou seja bebidas finas e de qualidade,a marafa em
determinadas situações e trabalhos pesados..Meu conselho
final a todos que trabalham na Umbanda e aos que utilizo como aparelhos:
-QUE JAMAIS PROCUREM LANÇAR -ME EM DEMANDAS COM OUTROS EXUS E
QUE,DEDIQUEM-SE A CARIDADE E MOSTREM-SE DESEJOSOS DE GANHAR O REINO DOS CÉUS COM MELHORES FINALIDADES DE APRENDIZADO ESPIRITUAL.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

VEJO TUDO, ESTOU MISTIFICANDO?


O grande medo de todo médium que inicia sua caminhada na Umbanda é o da incorporação consciente. Nove entre dez médiuns sentem-se inseguros em suas primeiras incorporações.
É muito comum ouvirmos frases do tipo “Eu vejo tudo, não posso estar em transe”.
Há muitos anos as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator preponderante para o bom trabalho exercido pelo médium. Muito pelo contrário, hoje sabemos que noventa e cinco por cento dos médiuns são conscientes ou semiconscientes.
A inconsciência completa é muito rara e pouquíssimas vezes revelada, justamente para não causar essa insegurança tão presente em nossa religião.
Pensemos no exemplo da água misturada ao açúcar. Quando adicionamos um ao outro teremos um terceiro liquido inteiramente modificado, mas com ambos os elementos nele. Assim se processa a incorporação, a mente do médium aliada à energia gerada pela entidade que se aproxima , unem-se em perfeita harmonia e conseguem, utilizando os conhecimentos de ambos, um trabalho mais compacto e correto.
Não se acanhe em dizer que é consciente, pois a insistência dessa postura pode levá-lo a falhas que aí sim, dará margens à suspeitas de mistificação.
Nos primeiros anos da Umbanda havia a necessidade da inconsciência, os médiuns tinham vergonha de entregar-se ao trabalho sem reservas. Como deixar que um espírito se arrastasse pelo chão falando como criança? Ou ainda sentasse em um banco com um pito na boca? Eram atitudes que assustariam o aparelho e o levariam a afastar aquela entidade.
Com a evolução constante da lei, todos conhecem perfeitamente as capas fluídicas que nossas entidades usam e não existe mais a necessidade delas esconderem de seus médiuns a forma com que se apresentam.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Busca da Inconciência

Acredito que hoje a incorporação com inconsciência ou semiconsciência é algo que se conquista com o tempo e, também, que todos têm a possibilidade de atingir este nível de mediunidade. Claro que a consciência, assim como a semiconsciência, são oportunidades únicas e divinas que temos para aprender o que é compaixão e para exercer a nossa real reforma íntima. No entanto a inconsciência parece ser o “sonho de consumo” para muitos médiuns e para eles nada melhor do que o tempo.  Mas por que o tempo? Porque com o tempo aprendemos a entender o plano astral e a confiar na Espiritualidade e nos Guias Espirituais que nos sustentam mas, principalmente, aprendemos a amar. Entender o plano astral é fundamental e quando isso não acontece bloqueamos as informações do próprio astral. O fato é que se não conhecemos, por exemplo, as ações maléficas de um eguMediunidadem não as reconheceremos a nível energético ou espiritual e, com certeza, as ações do Guia, assim como a comunicação dele conosco, será muito difícil e duvidosa pois a insegurança e o medo serão alimentados pela nossa falta de conhecimento.
Também é fundamental confiar nos Guias Espirituais e para isso é importante conhecê-los. É importante saber quais são suas afinidades com as ervas ou com as pedras, seus pontos de força, suas vestimentas, suas armas e seus símbolos astrais. Conhecer suas formas de trabalho como, por exemplo, se são curadores, demandadores ou doutrinadores, assim como saber se a nossa ligação com este Guia é cármica, missionária, temporária (com a finalidade de aprendizado para ambos) ou se Ele é nosso protetor. E por aí vai! São informações simples mas que fazem toda a diferença pois servem para que se criem laços “de baixo para cima”, afinal os laços de cima para baixo já existem, além de facilitar muito todo o trabalho espiritual e a própria incorporação.
A partir daí o medo e a insegurança começam a diminuir e, com certeza, as coisas ficam muito mais simples. Uma frase que sempre digo é que “não se pode amar aquilo que não se conhece” e a Umbanda, assim como os queridos Guias Espirituais, necessitam de nosso amor. Um amor de alma, que se manifesta na hora de alegria mas, principalmente, na hora da dor. Quando falamos em amar falamos em não julgar. Aí está a verdadeira manifestação do ser como “instrumento”, manifestação essa tão solicitada pelos Guias Espirituais e que muitas vezes somos testados pelo próprio plano astral. Um bom exemplo disso é quando ouvimos dos consulentes erros idênticos àqueles que convivemos ou combatemos em nosso dia a dia junto à nossa família, nossos amigos ou conosco mesmo. Nesse momento somente um verdadeiro instrumento de Deus. ou seja, um médium confiante na espiritualidade e com amor incondicional para realizar uma boa consulta junto com o Guia, sem julgar ou interferir.
Claro que podemos acelerar esse tempo e para isso temos duas necessidades: Primeiro a de estudar a doutrina Umbandista e segundo a de exercitar aquilo que conscientemente ouvimos dos Guias Espirituais de Luz. Necessidades essas que, na verdade, representam todo um processo de Fé, Amor, Compaixão e Caridade e que devem ser exercitadas por todos os Umbandistas incondicionalmente. Aos que galgam a inconsciência para terem Fé, para se esconderem atrás dela se isentando de suas responsabilidades ou para fazerem dela suas muletas de ego e vaidade, saibam que é muito mais honroso a realização de um bom trabalho no limite da consciência ou semiconsciência do que uma manifestação grandiosa mas inconsciente.
Axé a todos ! Bom final de semana !

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Início da Mediunidade – Por que ficamos ansiosos?



A maioria dos médiuns tem sua iniciação mediúnica – momento em que suas faculdades mediúnicas já despertadas passam a ser utilizadas de modo sistemático e mais intenso, dentro dos rituais e trabalhos existentes numa casa umbandista – marcada pela difícil fase da ansiedade e da adaptabilidade que esse começo representa.Ansiedade no médium iniciante pode trazer algumas situações desconcertantes como :
Ficar pensando de modo intenso nas coisas ligadas à espiritualidade;
Ficar com os pontos cantados ecoando na mente;
Ficar cantando a qualquer momento e lugar os pontos cantados;
Conversar somente sobre o assunto espiritualidade a qualquer oportunidade em que hajam mais pessoas que pertençam à mesma religião ou casa;
Ler muitos livros sobre o assunto, querendo esgotar todos os pontos de dúvidas;
Querer conhecer tudo sobre a Umbanda num espaço de tempo curto;
Ter sonhos constantes com rituais, entidades, trabalhos;
Ficar vendo em qualquer situação algum tipo de ligação com a espiritualidade;
Não parar de preocupar-se em manter-se dentro das condutas que sua casa pede;
Querer incorporar logo;
Ficar muito preocupado se está mesmo incorporando uma entidade ou se está apenas imitando uma entidade;
Desejar ardentemente que tenha a inconsciência durante as incorporações;
Querer aprender tudo sobre os rituais que sua casa pratica, chegando ao ponto de perguntar de tudo a todos os demais médiuns mais experimentados;
Querer saber tudo, através de relatos de outros médiuns, o que ele fez quando estava incorporado, o que a entidade falou, deixou de fazer;
Passar a realizar em seu próprio lar, uma verdadeira transformação de hábitos, querendo que todos tomem banhos de defesa, defumem-se, orem, cantem, entre outras coisas;
Querer erigir algum tipo de altar ou espaço sagrado em seu lar, tentando imitar o mais perfeito possível a quantidade de imagens, a disposição dos santos que há em seu templo umbandista;
Querer que suas entidades receitem rapidamente a confecção ou aquisição das guias e quanto maior o número de guias melhor;
Desejar ardentemente que tenha incorporações “fortes”, isto é, que as entidades já venham de modo com que não gerem dúvida a ninguém;
Que suas entidades já risquem seus pontos e que seja algo bem impressionável;
Que suas entidades deêm logo seus nomes e torce para que sejam nomes “fortes” e conhecidos;
Querem decifrar todos os símbolos que suas entidades desenharam em pontos riscados;
Querem saber da história, vida, ponto cantado e tudo o mais sobre suas entidades;Essas situações e mais outras não citadas são consideradas até normais e encaradas por aqueles outros médiuns mais tarimbados como coisa comum de se acontecer. E de fato é.O que o dirigente e os médiuns mais experientes devem fazer é aconselhar esses neófitos, direcioná-los em atividades que os tirarão um pouco desta fixação, é ouví-los e explicar cada uma das dúvidas e dificuldades existentes.Toda essa ansiedade é temporária e assim que o novo médium for tendo mais e mais experiências, ele passa a lidar de modo mais natural, menos ansioso e aflito com essas situações.O tema deve ser abordado de modo atencioso, respeitoso, prático e esclarecedor para poder dar melhor formação espiritual e criar uma estrutura mediúnica mais eficaz à própria casa, uma vez que estes novos médiuns passam a compor o já formado corpo mediúnico da casa, fazendo número e qualidade na força da corrente da casa umbandista. Disperdiçar a chance de esclarecimento quando esses médiuns estão ávidos por conhecimento e abertos para serem direcionados é deixar ao acaso a responsabilidade da formação destes médiuns, podendo levá-los a vícios, “cacoetes” e maus hábitos mediúnicos que nunca mais poderão ser retirados.

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO


 
Há médiuns trabalhando determinado tempo na seara umbandista que por desconhecimento do processo mediúnico, são descrentes da própria faculdade de se comunicarem com espíritos, muito embora sintam “algo estranho”, alegando não terem certeza de que estão realmente “tomados” pelo guia ou protetor ou se são vítimas de puro animismo. Animismo significa, em termos mais originais, manifestações da alma. Julgam serem eles próprios, “os cavalos”, agindo em lugar do protetor. Não crêem, porque em certos casos ou em quase todos, recordam-se do que passa durante o transe. Explicando melhor, o médium desconfia não haver entidade alguma atuando nele, não obstante, procede de modo estranho, sem que saiba explicar o motivo. Aliás, caso corriqueiro tanto na Umbanda, Candomblé.
Tal preocupação se justifica, porque muitos pais-de-santo não informam o que acontece frequentemente no desenvolvimento, pois embora também tenham passado por esta fase de dúvidas, estão esquecidos do que lhes sucediam quando treinavam a mediunidade, isto é, quando se desenvolveram havendo, logicamente, raras exceções.
Em princípio, quando o candidato a médium necessita de desenvolvimento e é colocado na corrente, a entidade - caboclo, preto-velho, etc. - vai envolvendo-o com seus fluídos, procurando entrosar-se e o duplo etérico do aluno para, posteriormente, influenciar-lhe a rede nervosa cerebral, processo geralmente lento, metódico, mas perceptível, até a completa e perfeita incorporação. No início, regra geral, o médium observa certos movimentos, influências e impulsos contrários ao próprio comportamento normal, mas de maneira um tanto superficial.
A razão disso é misturarem-se os pensamentos do guia com os do “cavalo” inclusive mesclando-se também as ações, temperamento, inclinações, conduta, gostos, trejeitos, etc.
O candidato torna-se então o médium ainda consciente do que faz.
A medida que a incorporação vai se ajustando, aperfeiçoando, o médium também vai, pouco a pouco, perdendo a consciência passando a semi-inconsciente e até mesmo a inconsciência.
Não devemos nos esquecer que existem médiuns que trazem a qualidade de “médiuns conscientes”; esses, com o passar do tempo, perderão sua consciência na hora do transe ou incorporação.
Quando não há esclarecimento devido a consciência no princípio do desenvolvimento, o próprio médium julga estar mistificando. Enfraquecendo-lhe a fé, a confiança e, descrente, frustra-se, desanimando, chegando mesmo a afastar-se do terreiro, perdendo a Umbanda um excelente médium que, futuramente, poderia prestar relevantes serviços aos irmãos infelizes e necessitados.
Raras são as vezes que o médium se deixa incorporar corretamente pelo guia, permanecendo inconsciente; se ao contrário isso ocorrer, é porque a mediunidade se desenvolveu despercebida e automaticamente, abafada, porém, por um motivo qualquer: seja medo, descrença, falta de tempo. Como os guias não descuidam de seus tutelados, preparam-no de modo que a própria pessoa não percebe o processo mediúnico, embora lhes ocorram fatos dolorosos e insólitos, que o impulsionam em busca de frutificação espiritual.
Então sua mediunidade amadureceu espontaneamente. Se resolve enfrentar a realidade, eis que a incorporação explode imediatamente. Mas, casos que, confrontados com os normais, são considerados raros. Casos de pessoas que recebem seus guias na cama, dormindo. No dia seguinte acordam médiuns desenvolvidos e já atuantes.
Na verdade, quando o sujeito se submete ao processo mediúnico, no início e mesmo muito tempo depois, ele ainda consciente, sabendo o que faz, malgrado o faça - conforme percebe - contra a sua vontade, pelo simples fato de misturar suas idéias às dos guias. Como se vê, esta é uma das explicações porque, em certas ocasiões, as previsões, os conselhos, os remédios ministrados pelos guias não alcançam a eficácia desejada.
Eis que o pensamento “alheio” em mistura com o seu próprio, pode dar a sua sugestão, em lugar de oferecer a do protetor. ã medida que o tempo decorre, vai ele se familiarizando com a intuição estranha e perdendo gradualmente a consciência. Os médiuns conscientes, com o tempo, aprendem a diferenciar as idéias próprias com as da entidade incorporada.
Se isso acontecer com você, não se assuste, não desanime, nem duvide da presença do protetor. Ambos, você e ele estão trabalhando, e o seu “anjo de guarda” saberá conduzi-lo de modo a que torne um perfeito intérprete das lições do mundo astral.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Historias de Oxum

Oxum queria muito aprender a arte da adivinhação
e foi procurar Exu que, matreiro, disse a Oxum que lhe ensinaria os segredos da adivinhação se ela, durante sete anos, passasse, lavasse e arrumasse sua casa.
Oxum foi aprendendo a arte da adivinhação cumprindo seu acordo.
Findando os sete anos, Oxum e Exu, tinham se apegado bastante pela convivência em comum e Oxum resolveu ficar em sua companhia.
Um dia, Xangô passou, avistou Oxum que se banhava à margem do rio e se apaixonou.
Perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu palácio em Oyó.
Oxum rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Exu.
Xangô então sequestrou Oxum e levou-a em sua companhia.
Exu saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupíla de anos de convivência.
Chegando nas terras de Xangô, foi surpreendido por um canto triste e melancólico que desvinha da direção do palácio do rei de Oyó, da mais alta torre.
Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão.
Exu, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto agrado lhe sedeu uma poção de transformação para Oxum desvencilhar-se dos dominíos de Xangô.
Exu, por meio da magia pôde fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção.
Ela tomou a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pôde então retornar em companhia de Exu para sua morada.
Oxum queria saber o segredo do jogo de búzios que pertencia a Exu e este não queria lhe revelar.
Ela então procurou na floresta as Iyami Oxorongá e lhes perguntou como enganar a Exu e conseguir o segredo do jogo de búzios.
As feiticeiras, querendo pregar uma peça a Exu, ensinaram toda a sorte de magias a Oxum, mas exigiram que ela lhes fizesse uma oferenda a cada feitiço realizado.
Oxum concordou e foi procurar Exu.
Este, desconfiado, perguntou-lhe o que queria por ali, que ela deveria embora e que ele não a ensinaria nada.
Ela então o desafia a descobrir o que tem entre os dedos.
Exu se abaixa para ver melhor e ela sopra sobre seus olhos um pó mágico que ao cair nos olhos de Exu o cega e arde muito.
Exu gritava de dor e dizia;
"Eu não enxergo nada, cadê meus búzios?"
Oxum fingindo preocupação, respondia:
"Búzios? Quantos são eles?"
"Dezesseis", respondeu Exu, esfregando os olhos.
"Ah! Achei um, é grande!"
"É Okanran, me dê ele".
"Achei outro, é menorzinho!"
"É Eta-Ogundá, passa pra cá..."
E assim foi até que ela soube todos os segredos do jogo de búzios, Ifá, o Orixá da adivinhação, pela coragem e inteligência da Oxum, resolveu dividir o poder do jogo entre ela e Exu.
Oxalá passou pela aldeia de Oxum, onde pretendia parar e descansar.
Exu, o mensageiro, correu para avisar Oxum que o grande orixá funfun estava a caminho de sua cidade.
Era preciso organizar uma grande recepção, pois a visita era muito importante para todos.
Ela apressou-se com os preparativos da festa, ordenando a limpeza de todas as casas e lugares públicos, bem como que os enfeites utilizados fossem da cor branca.
Oxum cuidou pessoalmente da ornamentação e limpeza de seu palácio, pois tudo tinha que estar perfeito, à altura de Oxalá.
Com tantos afazeres importantes, em tão curto espaço de tempo, Oxum não se lembrou de convidar as Iyami para a grande festa e as feiticeiras não perdoaram a desfeita.
Resolveram desmoralizar Oxum.
Toda a aldeia estava impecável.
O palácio de Oxum, caprichosamente preparado, tinha seus móveis e utensílios cobertos por tecidos de uma alvura imaculada.
Branca também seria a cor das roupas utilizadas na cerimônia.
Mas, no dia da chegada de Oxalá, Oxorongá entrou disfarçada no palácio para colocar, no assento do trono de Oxum, um preparado mágico, sem ser notada.
Oxalá finalmente chegou, sendo respeitosamente reverenciado numa grande demonstração de fé e admiração ao grande mensageiro da paz.
Oxum, em seu trono, esperava impaciente a entrada de Oxalá em seu palácio para oferecer-lhe seu próprio assento.
Mas, ao tentar levantar-se, estava presa em sua cadeira e não conseguia soltar-se.
Fez tanta força, que, mesmo ferida, conseguiu ficar em pé, mas uma poça de sangue havia manchado suas roupas e também sua cadeira.
Quando Oxalá viu aquele sangue vermelho no trono em que se sentaria, ficou tão contrariado, que saiu imediatamente do recinto, sentindo-se muito ofendido.
Oxum, envergonhada, não conseguia entender porque havia ficado presa em sua própria cadeira, uma vez que ela mesma cuidara de todos os preparativos.
Escondendo-se de todos, foi consultar o oráculo de Ifá para obter um conselho.
O jogo, então, lhe revelou que Oxorongá havia enfeitiçado seu assento, por não ter sido convidada.
Exu, a pedido de Oxum, buscou o grande pai, para explicar-lhe o ocorrido.
Oxalá retornou ao palácio, onde a grande mãe das águas estava sentada de cabeça baixa, muito constrangida.
Quando ela o viu, começou a abanar seu abebe e transformou o sangue de suas roupas em penas vermelhas, que, ao voar, caíram sobre a cabeça de todos os que ali estavam, inclusive a de Oxalá.
Em reconhecimento ao esforço que ela empreendeu para homenageá-lo, ele aceitou a pena vermelha (ekodide), prostrando-se à sua frente, em sinal de agradecimento.
Quando os orixás chegaram à terra, organizaram reuniões onde mulheres não eram admitidas.
Oxum
Para se vingar, tornou as mulheres estéries e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis.
Desesperados, os orixás dirigiram-se a Olodumaré e explicaram-lhe que as coisas íam mal sobre a terra, apesar das decisões que tomavam em suas assembléias.
Olodumaré explicou-lhes então que, sem a presença de Oxum e seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia dar certo.
De volta à terra, os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos, o que ela acabou aceitando, depois de muito lhe rogarem.
Em seguida, as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Orientação para Médiuns Com o Espírito Incorporado


O kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda. Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome. Na umbanda, ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto-velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção.

Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento. Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro. Ele está incorporado com o orixá, sentindo toda sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância. Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo, mas não tem o controle das palavras e dos gestos.

É o que chamamos de terceira energia. Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros.
Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade. É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Voltando ao médium perdido no terreiro, o seu impulso inicial é procurar alguém para lhe dar um passe ou tocar em sua testa. Muitos dirigentes não gostam desse procedimento e inibem o espírito de fazer isso, o que é um erro porque, talvez até mais que o próprio dirigente, é o espírito quem quer o desenvolvimento de seu cavalo escolhido.

Recomendo deixar que isso aconteça, sem exageros, é claro. Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar. Daí para riscar o ponto é bem mais rápido. Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade: não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito; não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade; não tentar dar avisos e recomendações a ninguém; não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é seu, porque espírito não tem dono.

É comum o médium incorporado procurar um amigo seu para lhe dar um passe ou falar com ele, e isso não invalida a incorporação e não quer dizer que foi o médium que procurou e não o espírito, principalmente porque a entidade, sabendo das dificuldades de seu cavalo, tenta de todas as formas facilitar a incorporação. Alguém já perguntou como o espírito sabe que a pessoa é amiga do médium? Resposta : mais do que o guia, ninguém conhece tanto os amigos de seu protegido.

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

OS PERIGOS DA MEDIUNIDADE



Quem fuma cachimbo está sempre impregnado do cheiro da fumaça. O dentista quando sai de seu consultório exala o cheiro forte do remédio que usa em seus pacientes. Quando trabalhamos com a incorporação de espíritos os resíduos de suas energias ficam na nossa aura. O acumulo sucessivo das incorporações deixa essas energias depositadas e em número cada vez maior. Se por um momento nós tivermos raiva de alguém e nossa energia for direcionada a essa pessoa, junto com ela todas as energias acumuladas engrossam o poder da vibração, podendo causar um mal imprevisível ao atingido, e isso sem nenhuma responsabilidade ou vontade das entidades. Por isso quando dizem que um Exu fez o mal, na verdade foi só o médium que usou da energia dele para provocar a maldade. Vale aqui colocar uma ordem nessas palavras: Exu não faz o mal, por se ele fizer não será Exu e sim um espírito malvado se fazendo passar por ele. Por essas razões os médiuns da Umbanda devem ter a consciência para não terem pensamentos negativos contra ninguém.

Espiritual X Social & Profissional

 
 
A Umbanda é envolvente, misteriosa e leva muitas pessoas ao perigo do excesso quase chegando à beira do fanatismo. Um médium deve ter um equilíbrio em suas atividades, claro que jamais deixando de cumprir suas obrigações para com o terreiro e outras sejam elas sociais, profissionais e não viver todo o seu tempo cantarolando pontos de Umbanda e pensando em seus Orixás. Tudo tem o seu momento certo e a religião deve ser vivida com absoluta harmonia com suas atividades cotidianas. Aos jovens é recomendado continuar vivendo com seus amigos seja qual for a fé que eles tenham, não discutir a religião, ir aos cinemas, festas, fazer tudo que um jovem tem direito, inclusive estudar. Aos que têm família constituída, recomendo deixar as entidades no terreiro e em seu lar, embora com o coração sempre voltado para sua espiritualidade, vivam as vidas do cidadão comum. Já ouvi falar de muitos namoros, noivados, amizades e até casamentos se dissolverem pelo fanatismo.

C.E.U.



A Umbanda apresenta facetas interessantes e que fogem ao tradicionalismo das religiões. Embora não exista nenhuma regra escrita que lhe dê o poder, o pai-de-santo (leia-se sempre: pai-de-santo ou mãe-de-santo) é quem dirige um terreiro de Umbanda e sua palavra tem a força da decisão. O fato peculiar é que ele não é nomeado e muito menos eleito: ele tem seguidores que acreditam e aceitam o que ele prega. Queiram ou não, ele é o chefe da comunidade que se abriga sob seu teto e o seu Orixá será sempre o chefe espiritual do terreiro. O Orixá cósmico do dirigente marca a linha de trabalho do terreiro e a entidade dessa linha que incorpora nele sempre será o chefe espiritual do terreiro que ditará todas as normas e regras para o seu funcionamento.

Vale dizer que igualmente inquestionáveis são as decisões do pai-de-santo, por se entender que eles interpretam a vontade dos espíritos responsáveis pelo terreiro. O cuidado com um templo umbandista é muito complexo por haver a necessidade de uma permanente assistência aos pontos de segurança firmados pelo seu responsável e a própria dinâmica da gira que está sempre em permanente ebulição e por isso fica sob austera vigilância. Para isso existe toda uma hierarquia dentro de um terreiro, começando pelo pai-pequeno (leia-se sempre: pai-pequeno ou mãe-pequena), que é o substituto do pai-de-santo, além de ter a obrigação de fazer com que os trabalhos sejam rigorosamente dentro da linha pré-esta bel ecida pelos dirigentes principais.

Depois deles surgem os capitães-de-terreiro, que são os que auxiliam os trabalhos e cuidam das coisas do terreiro, mas jamais podem substituir as tarefas dos dirigentes maiores, a não ser que lhe seja especificamente autorizado para tal. Finalmente os ogans, que são os que cuidam da parte musical do terreiro, principalmente dos atabaques. Entre essa hierarquia não pode haver discordância de filosofia. A fidelidade entre eles tem que ser absolutamente homogênea. Temos que entender ser impossível a unanimidade no conceito e no entendimento da religião, e ela pode ser discutida e modificada, principalmente na Umbanda que ainda não está bem definida em suas regras, mas sempre em nível interno da hierarquia.

Discordâncias e não aceitação do mando levam os membros a uma ruptura da hierarquia capaz de fazer o papel do palanque de uma cerca. Mandar e ser mandado não podem ser confundidos com prepotência e submissão. Aprendi com uma entidade que quem não sabe obedecer jamais vai poder mandar. O soldado faz continência ao sargento, o sargento ao tenente, o tenente ao capitão, o capitão ao major, o major ao coronel, o coronel ao general e o general à Bandeira Nacional.
Já me perguntaram se eu gosto da Umbanda. Refleti bem antes de responder afirmativamente. Se sou Umbandista é porque gosto. Na verdade não sei porquê.

Na minha reflexão descobri que antes eu tinha compromisso só com as entidades que eu trabalho, hoje tenho com todas que trabalham no terreiro. E as pessoas às vezes não entendem que todos somos iguais a qualquer um, com todas as emoções, acertos e erros de um médium, e o que difere é que uns talvez mais experientes outros mais responsaveis se obrigam a cumprir o compromisso que assumiram perante os espíritos que os cuidam. E todo Umbandista , entre o dever de cumprir as suas obrigações e magoar um membro de sua familia, ou amigo ou qualquer pessoa do seu circulo de relações, fica sem opção: o compromisso com a espiritualidade tem que prevalecer. Tenho acertado comigo mesmo: quando eu sentir que estiver, por um motivo qualquer, atrapalhando o terreiro, entregarei minha guia ao meu Pai.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MENSAGEM DO EXU TRANCA RUA DAS ALMAS


O Exú Tranca Ruas das Almas chamou um chefe de terreiro e ordenou-lhe:

"Depois da meia-noite, vá sozinho no cemitério, acenda sete velas vermelhas e sete pretas, ponha no centro uma garrafa de marafo, beba metade dela e fique na frente até todas as velas apagarem."

O chefe, sem nada perguntar ou questionar, nem mesmo saber por que a determinação, de pronto perguntou:

"Deve ser hoje ou pode ser amanhã?".

Demonstrando imensa satisfação o Exú sentenciou:

"Não precisa fazer nada, meu filho.
Estava apenas testando tua fé.
Você é um verdadeiro Quimbandeiro!"

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

SE EU SAIR, O TERREIRO FECHA!


É comum que depois de algum tempo que uma pessoa está num terreiro, mesmo que em pleno desenvolvimento mediúnico, ela pense que é insubstituível. Isso é muito comum. O indivíduo tem a sensação clara de que se ela deixar o terreiro, o mesmo não sobreviverá, não conseguirá dar continuidade aos atendimentos e/ou coisa parecida. Ela começa a se achar vítima Do Cacique de Umbanda ou Pai de Santo, dos médiuns mais antigos, dos seus irmãos de fé e até da consulência. Ela começa a ter um desejo inconsciente de "punir o terreiro" através da sua saída, pois ela terá a certeza que todos virão de joelhos implorar a sua volta.

Sei de pessoas que ficaram totalmente decepcionadas e mesmo depressivas ao verem que o terreiro em que eram membros sobreviveu à sua saída e que alguns meses depois nem se lembravam mais dela. Geralmente essas pessoas começam a falar muito mal do terreiro, do sacerdote e até mesmo inventam boatos dizendo que o terreiro está com problemas espirituais, administrativos, de moralidade ou outros quaisquer e por isso ela o deixou.

Conheço pessoas que ao deixar seus terreiros comentaram ter absoluta certeza de que seu "ex-Pai de Santo" viriam correndo oferecendo um "cargo" ou alguma regalia para que voltassem. Um homem que conheci, aceitou o convite de frequentar a corrente mediúnica de outro terreiro dizendo estar aguardando o telefonema do sacerdote pedindo sua volta. Eles não conseguirão sobreviver sem mim, afirmou ele.

Meses depois, ele não frequentava mais lugar algum ainda...

Quero deixar claro que esse sentimento de ser insubstituível é natural em muitas pessoas, pois elas realmente são pessoas-chave para os terreiros em que frequentam. De fato, seus mentores sentirão muito a sua saída. De fato elas farão falta. Mas cuidado para não cair nessa armadilha.

A verdade é que nem membros, nem mentores são insubstituíveis e é preciso ter muita humildade, calma, paciência e, principalmente, muito equilíbrio para entender essa verdade.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dança das Cabaças...

Dança das Cabaças - Exu no Brasil     <--- CLIQUE AQUI PARA VER O DOCUMENTARIO


Dança das Cabaças - Exu no Brasil é uma investigação poética sobre a divindade africana Exu no imaginário brasileiro. Trazido pelos escravos com outros Deuses do panteão Yoruba, Exu foi colocado à margem e passou por um processo de demonização que se inicia na missão católica na África e se estende no período colonial brasileiro, onde seus atributos originais foram ocultados.
Exu que na África era caracterizado como o princípio da vida, a força que move os corpos, a dinâmica, o senhor dos caminhos e das encruzilhadas, a principal ponte entre os mortais e as divindades que habitam o além, passa a ser visto como a personificação do mal perante o modelo cristão, devido ao seu seu símbolo fálico e seu comportamento astucioso.
Dirigido por Kiko Dinucci, o filme passa pelas diversas vertentes das religiões afro-descendentes, dos candomblés (de tradição Nagô, Gege, Bantu), Tambor de Mina, passando pela Umbanda e Quimbanda. Dança das Cabaças-Exu no Brasil conta com participações de Sacerdotes e estudiosos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PRECE DE UM EXÚ

Sou EXÚ, Senhor Pai, permite que assim te chame, pois, na realidade Tu o és, como és o meu Criador.
Formaste-me da Poeira Ástrica, mas como tudo o que provém de Ti, sou real e eterno.
Permite, Senhor, que eu possa servir-te nas humildes e desprezíveis tarefas criadas pelos teus humanos filhos.
Os homens me tratam de anjo decaído, de povo traidor, de rei das trevas, de gênio do mal e de tudo o mais em que encontram palavras para exprimir o seu desprezo por mim, no entanto, nem suspeitam que nada mais sou que o reflexo de si mesmos. Não reclamo, não me queixo, porque esta é a Tua vontade.
Sou escorraçado, sou condenado a habitar as profundezas escuras da Terra e trafegar pelas sendas tortuosas da provação.
Sou invocado pela inconsciência dos homens a prejudicar o seu semelhante. Sou usado como instrumento para aniquilar aqueles que são odiados, movido pela covardia e maldade humanas sem contudo poder negar-me ou recorrer.
Pelo pensamento dos inconscientes sou arrastado à descrença, à confusão e à ignomínia, pois esta é a condição que Tu me impuseste.
Não reclamo Senhor, mas fico triste por ver os teus filhos que criaste à Tua imagem e semelhança serem envolvidos pelo turbilhão de iniquidades que eles mesmos criam e, eu, por Tua Lei inflexível, delas tenho de participar.
No entanto, Senhor, na minha infinita pequenez e miséria, como me sinto grande e feliz quando encontro em algum coração um oásis de amor e sou solicitado a ajudar na prestação de uma caridade.
Aceito, sem queixumes, Senhor, a Lei que, na Tua infinita sabedoria e justiça, me impuseste, a de executor das consciências, mas lamento e sofro mais, porque os homens até hoje não conseguiram compreender-me.
Peço-Te oh! Pai Infinito, que lhes perdoe.
Peço-Te não por mim, pois sei que tenho que completar o ciclo da minha provação, mas por eles, os Teus humanos filhos.
Perdoa-os, e toma-os bons, porque somente através da bondade do seu coração poderei sentir a vibração do Teu amor e a graça do Teu perdão.

FLERUTY.(Exu Tiriri)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Flor da Honestidade





Conta-se que por volta do ano 250 a.c, na China antiga, um príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula :
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte.
Tire esta ideia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura. E a filha respondeu :
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas joias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio :
- Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da china.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, Relacionamentos etc...
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flores surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido.
Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado.
Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores.
Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu :
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz.
A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor.

A Fábula do Rato

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.
Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.
No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.”

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

MEDIUNIDADE CONSCIENTE



Hoje em dia muitos médiuns são conscientes.

O que isso quer dizer?

Que ao incorporar a entidade este médium atua junto com a mesma.

Escuta tudo o que o guia transmite para seus consulentes.

Vê e está junto com o guia, ou seja, está presente.

Muitos acreditam que ao incorporar os guias, o médium “apaga” e o guia faz tudo e o médium fica em estado de transe não participando mentalmente do que acontece nos trabalhos.

Mas a espiritualidade é sábia e utiliza-se da transmissão da entidade e o conhecimento da mesma para que o médium aprenda, ouça e pratique os conselhos e os ensinamentos passados no momento da consulta.

Então definindo, o objetivo da mediunidade consciente é um aprendizado constante, uma evolução, é uma forma do guia ajudar este médium a reformar-se intimamente.

Os guias espirituais de lei são mestres, magos, iniciado, vem de várias culturas, conhecedores dos elementos da natureza para auxiliar os encarnados.

Manipulam as essências dos Orixás transformando-as em energias que ao serem repassadas irão dar sustentabilidade ao espírito.

Por isso, é de suma importância para os médiuns conscientes a prática do estudo e aprimoramento constante pois desta forma o padrão energo-magnético mental do médium eleva-se a ponto de criar uma sincronidade com o mental do guia.

A vida pessoal e os problemas físicos muitas vezes interferem no padrão de energia do médium, e o que pode ser integrado ao íntimo do médium é ele saber que não é perfeito e que está ainda em processo reencarnatório.

Então, você irmão que é médium consciente, não deixe sua mediunidade estacionada, reformule suas atitudes, eleve seu astral, ame-se e que sua auto-estima esteja equilibrada.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quimbanda...


A Umbanda não vive sem a Quimbanda, como a árvore não vive sem a copa ou sem a raiz, então com base em estudos e prática na Quimbanda podemos afirmar que o culto como o conhecemos é o mesmo praticado na maior parte dos Terreiros de Umbanda do Brasil que para obterem equilíbrio em seus trabalhos cultuam as Sete Linhas da Umbanda e as Sete Linhas da Quimbanda, desta forma podemos discorrer aqui sobre o assunto de uma forma mais ampla e que leve a implementar os atuais conhecimentos sobre os Exus. Quimbanda não é sinônimo de satanismo e de jeito nenhum pode ser ligada a obscuridade é apenas um termo usado no Espiritismo é uma forma de estar na vanguarda do Espiritismo e da magia trabalhando a espiritualidade como um todo, uma ferramenta destinada a evolução espiritual através do poder e dos conselhos destes nossos guias protetores, os Exus, que tanto nos auxiliam nas horas de aflição. Embora não devamos julgar sabemos sim que lamentavelmente existem pessoas inescrupulosas e de má índole que usam a magia da Quimbanda para a prática do mal mas isto é culpa exclusiva do homem e não das entidades, não podemos culpar o veneno por matar e sim aquele que o utiliza como arma, não podemos culpar o Exu por fazer o que lhe é pedido mas sim quem se aproveitou deste contato espiritual para pedir que praticasse o mal. Nunca podemos esquecer da imutável Lei do Karma, tudo o que você fizer volta pra você.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Maria Padilha das Almas...

Maria Padilha das Almas
O Cemiterio é o seu lugar
É no buraco que a Padilha mora
É no buraco que a Padilha vai Girar...



Lá no Cruzeiro das Almas
Onde os sinos vao tocar
Lá no Cruzeiro das Almas
Onde os sinos vao tocar
Eu choro de alegria quando sinos se combinam
Eu choro de tristeza quando nao quer combinar
Salubaê Povo da Calunga, Salubaê o Exu não tem querer
Salubaê Povo da Calunga, Salubaê o Exu não tem querer.
12º Aniversario do PAI OGUM DA LUA...


Ja esta chegando o proximo Pai...podes ter certeza que será belissimo  como tem sido todos esse anos!!!!

Ogunhê!Meu Pai!

Curimba...

Ontem em conversa com Exu Tiriri da Almas...
Disse ele...
- Casa Parada , Obrigação Parada.

- A Curimba não pode parar...


"Amigos joguem flores e perfumes, joguem flores e perfumes.
Povo cigano está em festa"